Onde eu posso parir? - Conheça as possibilidades!


Atualmente, grande parte dos nascimentos no Brasil ocorrem em ambiente hospitalar. Mas você sabia que existem outros locais de parto? Neste post vamos conversar sobre os locais que uma mulher pode escolher parir e suas diferenças, lembrando sempre que independente do local do nascimento a mulher tem direito a uma assistência respeitosa!

Hospital

O parto hospitalar é aquele que acontece dentro do ambiente hospitalar, podendo ser parto natural, isto é, sem nenhuma intervenção médica, parto normal com intervenções (por exemplo, ocitocina sintética, episiotomia, analgesia medicamentosa) ou parto cesariana.

Entretanto, é importante ressaltar que o parto natural - sem intervenções- não é uma prática comum aos hospitais. Por isso, para quem vai parir nesse ambiente, é preciso avaliar a metodologia e as inclinações da equipe de assistência ao parto do hospital e realizar um plano de parto, carta em que a mulher menciona tudo que ela gostaria ou não que acontecesse em seu parto, para proteger a mulher de possíveis violências obstétricas.

Os hospitais contam com uma equipe diversa de profissionais: obstetrizes, enfermeiras obstétricas, ginecologistas obstetras e anestesistas. Isso significa que o hospital tem capacidade de atender mulheres de risco habitual ou alto risco e podem realizar tanto parto normal (com ou sem intervenção), como parto cesárea, realizado pelo médico obstetra e pelo anestesista.

Quando a mulher está em trabalho de parto é recebida na emergência e, após a avaliação, é colocada em um ambiente onde permanecerá durante a fase de dilatação do trabalho de parto, podendo ser um quarto privativo, compartilhado ou a enfermaria. Ao completar a dilatação, ela é levada para centro cirúrgico (no caso da cesárea) ou para centro obstétrico (parto normal) e lá é atendida por uma outra equipe.

Depois do nascimento, o bebê é submetido aos primeiros cuidados com a equipe de pediatria em sala próxima e a mãe permanece em uma sala de recuperação dentro do centro cirúrgico. Então, ambos vão parto quarto onde são recebidos por duas equipes, a que cuidará do bebê e outra responsável pelos cuidados maternos.

A mudança de equipe e os deslocamentos fazem com que os hospitais adotem protocolos rígidos e dificilmente consigam dar uma assistência personalizada para a mulher. Importante ressaltar que este é o único ambiente onde é realizada cesariana. 

Casas de Parto ou Centros de Parto Normal

As Casas de Parto são ambientes intermediários entre o hospital e o domicílio. Possuem estruturas adaptadas às necessidades de um parto natural e podem atender somente gestantes de risco habitual. Costumam ser próximos ou até mesmo dentro de hospitais, como é o caso dos Centros de Parto Normal, possibilitando uma rápida transferência das mulheres que desenvolvem intercorrências durante o trabalho de parto.

As Casas de Parto e CPNs são compostas por salas PPP (pré-parto, parto e pós-parto), locais com total privacidade do momento da internação até o momento da alta médica, geralmente 24h após o parto. No PPP a mulher tem a sua disposição banheiro com chuveiro, bola de pilates, cavalinho, música, banheira e outros recursos que ajudam a evolução do parto normal e no alívio não-famacológico da dor.

Lá as mulheres são atendidas exclusivamente por obstetrizes e enfermeiras obstetras, não havendo a presença de médicos. O protocolo de atendimento das Casas Parto é determinado pela Secretaria de Saúde e são pouco intervencionistas, valorizando o parto mais natural possível e com mínimo de intervenções. Porém, o fato de só atenderem mulheres de risco habitual, faz com que o protocolo de triagem seja bastante rígido. É importante que a mulher se informe sobre os pré-requisitos do local e tenha um plano B delineado caso ocorro algo de última hora.

No Brasil existem apenas 14 Casas de Parto que atendem pelo SUS em nove estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Bahia, Alagoas, Paraná, Ceará, Paraíba e Sergipe. Aqui em São Paulo, contamos com a Casa Ângela (Zona Sul) e com a Casa de Parto Sapopemba (Zona Leste).

Para consultar:
Manual das Casas de Parto de São Paulo: aqui tem explicadinho os critérios para acompanhamento da gestação e do parto, normas e protocolos e práticas interativas realizadas nas casa de parto.

Domicílio

O parto em casa é algo milenar. Mulheres sempre pariram em casa junto de parteiras, comadres, mães e avós. Atualmente, o parir em casa não é mais como antes... muitas manas sentem-se insegura e existe até um preconceito para com as mulheres que escolhem esse tipo de assistência.

Os Parto Domiciliares são acompanhados por equipes de enfermeiras obstetras ou de obstetrizes na proporção 2:1, isto é, duas profissionais apara uma paciente em trabalho de parto. Quem acompanha partos domiciliares, costuma ter treinamento e material para realizar reanimação materna e neonatal, estando preparado para intervir de forma eficiente e rápida em situações de emergência.

Esse modelo permite maior autonomia da mulher, individualização do atendimento, ambiente acolhedor da forma e com quem a mulher escolher. Além disso, a mulher participa das decisões da conduta junto com a equipe, não exige o deslocamento e reduz as interrupções durante o processo.

Muitas mulheres se questionam se o Parto Domiciliar é mais perigoso. Não, não é mais perigoso. A gestante será assistida por profissionais capacitadas e assim como na Casa de Parto, o indicado é que apenas mulheres de risco habitual sejam atendidas em domicílio. Além disso, todo parto em casa planejado envolve a elaboração de um plano B em caso de uma possível transferência hospitalar.

Por enquanto o Parto Domiciliar é algo para poucas pois demanda um investimento em uma equipe particular. No Brasil, apenas o Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, oferece acompanhamento de Parto Domiciliar via instituição.

Posso ter uma Doula comigo no hospital ou Casa de Parto?

Sim, pode e deve! Aqui em São Paulo a a presença da doula nos hospitais e casas de parto é assegurada pela Lei Nº 16602 de 23/12/2016:

"Art. 1º As maternidades e os estabelecimentos de saúde da rede municipal ou hospitais privados contratados por ela ficam obrigados a permitir a presença de doulas durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, bem como nas consultas e exames de pré-natal, sempre que solicitadas pela parturiente."

Porém, para entrar em algumas instituições, a doula deve  fazer um cadastro prévio, então é sempre bom verificar com antecedência como é esse procedimento.

Comentários

Postagens mais visitadas