Parto verticalizado: o que é?

Se olharmos o parto na história da humanidade, veremos que as mulheres raramente pariam deitadas. Com a medicalização do parto, a posição deitada e com as pernas na perneira (posição litotômica) passou a ser considerada mais adequada, pois facilita para os profissionais a monitorização fetal, a terapia endovenosa, a analgesia, o controle da progressão fetal  e realização de um parto operatório.

Passou-se a adotar essa posição como norma simplesmente pela conveniência para os profissionais, sem uma devida avaliação das consequências e da segurança para a mãe e para o bebê.

A partir do século 20, a medicina baseada em evidências, isto é, aquela que se baseia nos resultados das pesquisas existentes, comprovou que a posição materna na horizontal esta relacionado com aumento do número de lesões perneais de segundo grau e perda de sangue maior que 500 mL. 

O uso rotineiro da posição horizontal durante o período expulsivo foi classificado como uma das práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas, havendo a recomendação praticamente consensual entre os autores de evitá-la. -BRUGGEMANN, Odaléa; SIEBERT, Eli; etal, 2009.

Sendo assim, a posição vertical é vantajosa para mãe e bebê e pois reduz a duração do período expulsivo e a queixa de dor durante o mesmo, o número de partos cesáreas, a necessidade de episiotomia e fórceps e o número de alterações do batimento cardíaco fetal. Além disso, o parto verticalizado coloca a mulher como protagonista desse evento, podendo influenciar positivamente na percepção da sua experiência.

Com base nas recomendações da OMS para a assistência ao parto, o Ministério da Saúde sugere que a mulher deve ser encorajada a adotar a posição que preferir para seu parto, cabendo aos profis- sionais respeitá-la.

Adotar uma posição verticalidade é indicado não somente para o período do expulsivo, mas durante todos o trabalho de parto. Caminhar, dançar, fazer agachamentos, utilizar técnicas com o rebozo, são formas de se movimentar durante o processo que contribuem para o encaixe do bebê, abertura do colo de útero e contrações efetivas.

Benefícios da posição vertical para o trabalho de parto:

• Maior oxigenação uterina, pois as veias não estão bloqueadas pelo peso do bebê

• Ajuda da gravidade que atua junto com bebê a favor da sua descida

• Maior espaço na pélvis pois os ossos da sínfise púbica, sacro e cóccix ficam livres para se movimentarem e expandem o canal de nascimento do bebê.

  

  Fonte: Wikipedia

• Reduz a duração do trabalho de parto

• Reduz as desacelerações precoces do batimento cardíaco fetal, pois com a melhor oxigenação uterina o bebê também recebe mais oxigênio

• Abertura do colo do útero é beneficiada pela ação da gravidade e a pressão da cabeça do bebê.

Para saber mais:

WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience

BRUGGEMANN, Odaléa; SIEBERT, Eli; BOING, Fernando, ANDREZZO, Halana. Parto vertical em hospital universitário: série histórica, 1996 a 2005.  Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. n. 9, Recife, 2009.